segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Plano de Actividades 2009/2010

Olá, amigos! Cá estamos, mais uma vez, a dar notícias.

Estando já em vigor o Plano de Actividades para o ano 2009/2010, informamos que estão abertas as inscrições para os clubes habituais, a saber: Leitura, Chi Kung/Tai Chi, Inglês, Música, Dança Criativa, Pilates, Informática e Manualidades. Estas actividades repartir-se-ão entre a Sede e a Casa do Professor.
Igualmente terão continuidade os convívios (com ou sem almoço), as celebrações de efemérides e os passeios.

Passeios já agendados :
26 de Setembro - Lisboa
Exposição Portugal e o Mundo nos séculos XVI e XVII
Espectáculo Edith Piaf

14 de Outubro - Portimão e Silves
Barlavento Algarvio – O Homem, a Terra e o Mar.
Visita do novo Museu Municipal de Portimão, passeio de
barco pelo Arade até Silves, onde almoçaremos.

14 e 15 de Novembro – Magusto em Marvão
Visita de Castelo de Vide e outros lugares de interesse.

12 de Dezembro - Natal em Cachopo.


Na sequência do espectáculo Edith Piaf, teremos uma tertúlia sobre a canção francesa no pós-guerra. Esta será no dia 23 de Outubro, mas outras se seguirão sobre outros temas.

Estão programados encontros com especialistas das áreas da saúde e do ambiente.
Para a primeira, contamos, em Novembro, com a colaboração da Associação de Diabéticos.
Em Dezembro, teremos uma exposição e concurso de presépios. Os sócios poderão
entregar os seus trabalhos até ao dia 10 desse mês.

Não queríamos deixar de salientar a intenção de estabelecer relações com outras associações e instituições de solidariedade. Esta cooperação está patente em algumas das actividades acima mencionadas (designadamente com a Ass. de Diabéticos) mas pressupõe outras, como a recolha periódica de alimentos para o Banco Alimentar. Outros protocolos estão em curso. Vão-se informando e colaborem.

Tendo sempre presentes os objectivos centrais da nossa associação, iremos realizar convívios em todos os concelhos do Algarve. Queremos promover o encontro e, se possível, contribuir para a constituição de grupos dinamizadores nos diversos concelhos. O primeiro coincidirá com o passeio a Portimão-Silves e o segundo com a iniciativa Natal em Cachopo.

Finalmente, aqui fica mais uma vez, o apelo do Drummond de Andrade: “Não nos afastemos muito, vamos de mão dada”.

Saudações solidárias!

terça-feira, 7 de julho de 2009

O SOL(PROF) brilha de novo!

Desta vez, em formato on-line, como mandam as novas cartilhas.
Esperamos poder passar assim, em tempo útil, informações sobre assuntos com actualidade na vida da Delegação do Algarve, bem como criar um fórum de opiniões.

Este blogue passará a ser também um espaço de comunicação para quem quiser trocar conhecimentos sobre outros temas. Embora circule uma imensidão de informação por todo o lado há-de haver alguns assuntos que nos interessem mais a nós, designadamente os que se relacionarem com as actividades da Associação.

Os lugares ou os temas das visitas que formos realizando poderão ser objecto de trabalhos de pesquisa, já que cada viagem é uma oportunidade de enriquecimento. Mas poderemos continuar também com as pequenas vinganças do tipo: “Ai não foram? Então tomem lá a redacçãozinha sobre o passeio!” …
Também as imagens que nos divertiram, nos fizeram reflectir ou que simplesmente gostaríamos de recordar terão aqui o seu espaço.
E por que não trocar impressões sobre o filme que se viu, o livro que se leu (fazendo aqui uma ampliação do Clube de Leitura, por exemplo)?

Finalmente, “ este” Solprof continuará a ser um espaço de encontro e de partilha.
Colaboração dos associados, precisa-se!

Professores, preparem as “ canetas virtuais”!

Casa do Professor, em Pechão

Algumas imagens da nossa casa, a Casa do Professor, em Pechão: o edifício e a paisagem que dele se disfruta.







Passeios

Como é do conhecimento geral, temos estado a realizar passeios subordinados ao tema Paraísos na Cidade.
O primeiro, com o tema Jardins da Andaluzia, levou-nos a Sevilha, a Granada e ao Festival de Pátios de Córdoba. Entre outras coisas, visitámos os Reais Alcáceres de Sevilha e os seus jardins; em Granada, o conjunto monumental do Alhambra e, em Córdoba,os encantadores pátios que,durante este festival, se encontravam abertos ao público.
Mais recentemente, a viagem ao Porto revelou-nos aspectos românticos da cidade, patentes nos seus jardins públicos e quintas de recreio.
Outros passeios se seguirão para descobrir o riquíssimo património vivo e artístico dos jardins históricos: Sintra, Minho...

Aqui ficam os textos informativos fornecidos aos excursionistas sobre a referida temática, bem como o registo fotográfico de alguns momentos.

Jardins da Andaluzia


Reais Alcáceres de Sevilha


Entre as antigas civilizações do Próximo e Médio Oriente, os Persas distinguiram-se pelo nível que alcançaram na arte do jardim.
A arte persa do jardim, tendo já recebido influências da antiquíssima Mesopotâmia, veio a repercutir-se em posteriores culturas muito diversas e heterogéneas ao longo dos tempos, desde os jardins islâmicos, andaluzes, aos claustros medievais, aos jardins renascentistas e até mesmo aos barrocos à francesa, que devem muito à concepção espacial do jardim persa.
Em persa antigo, a palavra paridaeza (em grego paradeisos e em latim paradisus) significava “entre paredes”. Desde o início, portanto, o jardim era um espaço fechado, protegido, seguro, propício ao repouso, à meditação e à fruição. Em suma, o paraíso na Terra.
Este tipo de jardins corresponde à concepção do mundo dividido em quatro elementos essenciais: água, ar, terra e fogo. Esta ideia traduz-se num espaço quadrado dividido por dois eixos que se cruzam, ao meio, formando quatro quadrantes. Os eixos, que sinalizam os quatro pontos cardeais, teriam no meio uma fonte, uma construção ligeira ou qualquer elemento que reforçasse o movimento do olhar para o centro, para o interior.
Estes eixos podiam ser caminhos, com canais de água. Os quadrantes destinavam-se a plantações baixas, irrigadas pelos canais normalmente construídos a um nível superior.



O jardim, na cultura islâmica (como na antiga cultura persa, egípcia ou mesopotâmica), deriva também de condicionalismos físicos e geográficos. A escassez de água, a aridez da terra, o calor intenso são determinantes para criar, a partir de sábios recursos, um jardim com uma atmosfera bem diferenciada do seu envolvimento natural exterior. O jardim islâmico torna-se um oásis com a introdução da água, bem supremo, fonte da vida. Mas um oásis entre muros que o protegem dos ventos escaldantes e proporcionam segurança e tranquilidade.
Por outro lado, o jardim islâmico tem uma função simbólica. Ele contribui para a demonstração de poder e de prestígio do que o habita.
Do ponto de vista espiritual, é o lugar privilegiado de comunicação com Deus, de reflexão e entendimento, o lugar que se abre ao céu e o reflecte nas suas águas.
No jardim islâmico, o sensorial manifesta-se através da beleza das formas, das cores, das texturas, pelos odores, pelos murmúrios da água e pelos sons musicais aí produzidos.
Nas paredes desenvolveu-se uma requintada arte ornamental, sobretudo os estuques trabalhados em formas geométricas ou vegetais ou até mesmo recorrendo à própria escrita árabe, exprimindo frases do Corão, poemas ou textos para homenagear o califa.
A água e a luz são elementos primordiais do jardim islâmico: variados e sábios recursos tendem a aproveitá-los e valorizá-los ao máximo.



No mundo andaluz, os jardins aliaram uma função prática à estética. O jardim-horto albergava plantas aromáticas, árvores de fruto e produtos hortícolas. A função científica do jardim deu origem ao desenvolvimento da agricultura e da farmacopeia. Aos prazeres da vista e do olfacto aliou-se o desejo de desenvolver toda uma ciência de aclimatação de espécies botânicas novas, concorrendo para isso uma sábia técnica de aproveitamento de água.
A função mística está também ligada ao conceito de jardim islâmico.
Desde sempre o jardim esteve ligado a um outro mundo de bem-estar perpétuo. O Paraíso persa, o Éden bíblico, o Paraíso evangélico, todos correspondem ao conceito de Jardim Espiritual.
No mundo islâmico, o Paraíso espiritual acessível ao crente na outra vida divide-se em sete paraísos, ou jardins escalonados. A ascensão da alma do piedoso muçulmano por essas diversas etapas configura a máxima purificação e perfeição de espírito.
Finalmente, temos o jardim poético. Com a generalização do costume de usufruir de belos espaços naturais, a partir do século X, desenvolveram-se géneros poéticos sobre jardins em geral ou, mais especificamente, sobre algumas flores.
Fecha-se assim o ciclo: da imaginação para o jardim e deste para o sonho e a poesia.

Traduzido e adaptado de
El Jardin Andalusi
Centro Virtual Cervantes

Breve História dos Pátios de Córdoba

“ Desde olvidadas calles de sol y reverberos de cielo y cal, intacto en la penumbra del tiempo y sus cancelas, aquel patio de Córdoba a tu memoria vuelve…”
Mario Lopez



O modelo que se assemelha mais às casas-pátio cordobesas podemos encontrá-lo nesta zona na época romana, embora esta tradição, de inspiração mediterrânica, venha de épocas ainda mais antigas.
Contudo, foi na época muçulmana que as casas-pátio adquiriram um aspecto muito próximo do actual: um pátio à volta do qual se articulam todas as divisões da casa, sempre interior, comunicando com a rua através de um vestíbulo.
Para o mundo árabe, o pátio é a parte fundamental da casa, cumprindo ao mesmo tempo uma função simbólica e social, sem esquecer o aspecto funcional e ecológico. A água, quer na sua forma estática, reflectindo o céu, quer em movimento, é o elemento primordial e o símbolo da vida. A luz também desempenha um papel fundamental na cultura islâmica, enquanto símbolo de bondade e de verdade.
O pátio era assim um oásis de paz e harmonia, por oposição ao “mundo”.

Nas épocas seguintes, o pátio não sofreu grandes alterações estruturais, limitando-se estas a algumas inovações decorativas. Na época renascentista e barroca surgem outros tipos de pátios que, embora derivados destes, apresentam características que nos permitem classificá-los como pátios senhoriais, como é o caso do Palácio do Marquês de Viana. No séc. XIX as casas das famílias mais ricas importaram materiais decorativos de outros lugares (como por exemplo os portões e os azulejos sevilhanos) mas a maioria conservou o carácter tradicional, decorando as paredes caiadas com coloridos vasos de flores.



No séc. XX, muitas casas-pátio converteram-se em espaços plurifamiliares, pelo que receberam o nome de “casas de vecinos”, que funcionavam como centros cívicos em que se descansava, conversava e brincava, nas horas compridas do Verão cordobês. Estes pátios sofreram algumas remodelações para satisfazer as necessidades destas comunidades, tais como instalações de lavadouros, casas de banho e cozinhas.

Na actualidade, têm surgido propostas arquitectónicas diferentes, inovadoras na forma, embora tentando preservar, no essencial, a tradição.

O FESTIVAL DE PÁTIOS CORDOBESES foi criado em 1918, mas foi em 1933 que mais se popularizaram.
O festival esteve parado durante a Guerra Civil, mas ganhou novo impulso na década de 50.
Nos anos 70 foi criada a Associação de Amigos dos Pátios Cordobeses cuja função é a de evitar que se perca a tradição e também a de estimular a conservação deste rico património, hoje considerado PATRIMÓNIO MUNDIAL DA UNESCO.

Quintas Românticas do Porto




A partir do Renascimento e sob influência italiana, começaram a aparecer em Portugal as “quintas de recreio”.
A partir desta época, as famílias abastadas começaram a construir casas retiradas do centro das cidades (de preferência em lugares com bons acessos a partir destas), onde se protegiam dos rigores do Verão ou de outros perigos urbanos (entre os quais as pestes). Alguns permaneciam nas quintas grande parte do tempo e aí preferiam criar os filhos, em contacto com a natureza, antes de estes chegarem à idade de se integrarem na vida da urbe. Algumas antigas quintas de recreio são hoje conhecidas como palácios, como o das Galveias, do Marquês de Fronteira e até mesmo o de Belém, em Lisboa, agora perfeitamente integradas na malha urbana mas que outrora estavam afastadas do centro.

Anteriormente, na Idade Média, os hortos e as quintas, propriedades de conventos ou de famílias nobres, destinavam-se essencialmente à produção de alimentos ou de ervas medicinais, não estando associadas ao lazer nem à fruição estética.
Com a abertura e o desenvolvimento que as viagens imprimiram à economia e a todas as áreas do conhecimento, surgiram em Portugal, no séc. XVI, as primeiras quintas de recreio que, embora continuassem a preservar a anterior função de produção hortícola, passaram a ser objecto de grande investimento pessoal e económico por parte dos seus proprietários, de modo a torná-las sobretudo espaços de lazer, de fruição, de convívio e também, claro, de ostentação e de afirmação de poder.
Como pioneiros desta tendência, destacam-se o Bispo de Viseu, D. Miguel da Silva, que foi quem a introduziu em Portugal em 1527 e, mais tarde, em 1560, o Bispo do Porto, D. Rodrigo Pinheiro, que transformou a grande quinta episcopal em quinta de recreio.
Passou a ser costume, entre os nobres e as classes abastadas, ir “tomar bons ares”. Na realidade, passaram também a usufruir de todos os prazeres que a nova arte paisagística lhes podia oferecer.
Os jardins adossados às fachadas e enquadrados por bosques eram desenhados cuidadosamente e plantados com espécies florais e arbóreas trazidas de outras paragens. Os vastos panoramas, os aromas, as cores, as formas, as obras de arte, os murmúrios das águas, os sons musicais e as artes cénicas que aí tinham expressão, tudo contribuía para o deleite dos seus proprietários.



O Grande Porto é uma zona particularmente rica neste tipo de edificações. No séc. XVIII, foram construídas várias quintas, como a da Boucinha, da China, das Virtudes, dos Pachecos, de Fiães, do Freixo, da Bonjóia, da Prelada, de Ramalde, entre outras, sendo algumas destas da autoria de Nazoni.
Nesta época, as quintas evidenciavam a moda dos jardins “à francesa”, com canteiros cuidadosamente desenhados, adossados a uma das fachadas das casas.
Entretanto, sobretudo em Inglaterra, grandes paisagistas alargaram a função recreativa à paisagem circundante, projectando bosques e coutadas de caça.

Em meados do séc. XIX, a acentuada ascensão da burguesia e a numerosa comunidade inglesa que vivia no Porto explica a assimilação deste novo aspecto das quintas, se bem que a exiguidade das propriedades de cá não permitisse a grandeza de muitos parques europeus. Começaram todavia a desenvolver-se composições paisagísticas naturalistas, em que o maneirismo dos jardins “à francesa” vai dando lugar a espaços aparentemente naturais, embora projectados rigorosamente. Esta arquitectura paisagística estava de acordo com os padrões românticos da época, em que a natureza era simultaneamente fonte e reflexo das emoções em estado “puro”.



Outras imagens do passeio ao Porto