domingo, 27 de outubro de 2013

A ASSP Algarve e o Ano Europeu dos Cidadãos

                                Foto: MV

No âmbito do Ano Europeu dos Cidadãos, visitámos o Centro Histórico e Cemitério Judaico de Faro, o único vestígio da presença judaica em Portugal após a Inquisição.
Tratou-se de uma viagem à memória comum, a histórias  de intolerância e de convivência pacífica. De sobrevivência.
Memórias que dão mais sentido ao presente e que são indispensáveis à construção de um futuro.











Faro - a cidade e os seus símbolos


Sabia que em Faro existe um memorial a Aristides de Sousa Mendes?
E que foi a primeira cidade a homenagear este grande homem?

Devido a um esforço mediático desenvolvido nos últimos anos, a figura de Aristides de Sousa Mendes é hoje conhecida por todos, assim como é admirado o seu corajoso contributo para que cerca de trinta mil pessoas  tivessem conseguido fugir à perseguição nazi e alcançar a liberdade.

Para o cidadão que passa pelas imediações do Cemitério/ Museu Judaico, os cedros que vê ao longo da fachada, a terem algum significado, este residirá na simbologia tradicional que liga o cedro à imortalidade.
Contudo, neste caso, é mais do que isso: trata-se da homenagem que a cidade e a comunidade judaica quiseram  prestar à grande figura do embaixador português em Bordéus. 
São dezoito cedros - e o número dezoito, em hebraico, representa-se com as letras CHAI que, por sua vez, formam a palavra que significa vida.

ASSP Algarve no Ano Europeu dos Cidadãos 2013

A ASSP - Algarve está a desenvolver um conjunto de atividades integradas no Ano Europeu dos Cidadãos. Esteja Atento!


Um Ano dedicado à Cidadania Europeia
“O ano de 2013 celebra o vigésimo aniversário do Tratado de Maastricht, que estabeleceu o conceito de Cidadania da União Europeia (UE). A cidadania europeia é um vínculo especial entre cada europeu e a UE, um estatuto que complementa as cidadanias nacionais.
Sob o lema: "Tem a ver com a Europa, tem a ver Consigo - Participe no Debate", este é um ano dedicado a escutar o que desejam os cidadãos europeus para o futuro da União Europeia.
A liberdade, a democracia, a protecção dos direitos fundamentais e o Estado de Direito são, entre outros, os valores comuns partilhados por todos os Europeus. Esta é uma marca que nos distingue de outros povos.
Contudo, é importante reconhecer que os cidadãos portugueses sentem uma distância em relação às instituições europeias, que tem vindo a agravar-se num momento que deveria ser de reforço. Não se trata de um fenómeno único na União, com os restantes Estados-Membros a acompanharem-nos neste afastamento.
O objectivo deste ano passa por perguntar aos cidadãos como é que a União vai responder aos actuais desafios impostos pela crise e aos futuros desafios da integração europeia.”

In Mensagem da Coordenadora, Inês Saraiva Azevedo:  
http://www.anoeuropeudoscidadaos.gov.pt/mensagem-da-coordenadora


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Final de Verão

Olá a todos!
Retomamos a actividade bloguística num dia de chuva, com um texto cuja autora, num outro dia mais risonho, se dispôs a aproveitar o verão até à última gota.



                                             Foto MV

Manhã de final de Verão.
A cidade está estranhamente silenciosa. É um silêncio de cristal que me transmite a sensação de caminhar num mundo quase irreal. Os meus gestos, o meu ritmo foram amortecidos por este silêncio, inusual a esta hora.
Os ruídos inesperados que ouço são uma invasão intolerável.
O céu está azul e há uma luminosidade ofuscante, quase agressiva no ar - contrastante com a quietude do som.
Coloco os óculos escuros e assim, amortecidas as cores, tudo parece mais irreal.
Continuo o regresso por diferentes caminhos dos que tomei ao sair.
A cidade é um labirinto de calçada irregular, que a fina sola dos sapatos deixa sentir.

Decido ir até à ilha.
Sento-me numa esplanada virada para o mar.
Uma leve aragem contorna-nos, envolve-nos, acaricia-nos.
Escuto o regular rumorejar das ondas - ondinhas que se formam ali mesmo - o mar está sereno e calmo, levemente encrespado pela tal brisa outonal que o lambe também.
Fecho os olhos e fico ouvindo o som da rebentação das ondas  desfazendo-se na areia a intervalos regulares. Mentalmente conto uma... duas... três... quatro... cinco... e outra e outra e outra.
O tic-tic dos saltos dos sapatos de alguém que chegou à esplanada é um som não dissonante - invasivo, mas não dissonante.
Viro a cara para o sol e recordo a frase de um filme "As plantas precisam de sol, os animais precisam de sol, nós precisamos de sol".
E como é agradável senti-lo na pele, sem a agressividade do Verão, amenizado pela brisa.
Então, penso “É um enorme privilégio viver, assim, à beira-mar, poder usufruir o que de melhor a natureza nos oferece e vivenciar a mudança das estações, numa esplanada junto à praia”.

Maria Herculana
2013.10.15