domingo, 31 de março de 2013

Primavera no Parque das Fontes de Estômbar

O prometido é devido: para os colegas que perderam a parte final da "lição" no Parque das Fontes, e ainda tiveram que esperar no autocarro, envio as flores que encontrámos.
Uma Primavera feliz!


 À esquerda, uma variedade de orquídea, a Orchis italica ou Flor-dos-macaquinhos-dependurados; em cima, a Gynandriris sisyrinchium ou Pé-de-burro; em baixo, um arbusto, a Aroeira.

"Conta-me como foi" o ensino em Portugal

Sem querer fazer história do ensino em Portugal, o blogue Restos de Colecção reúnenuma página, alguns  documentos que fazem parte dessa história.
Trata-se de um "museu virtual", constituído por fotografias de documentos autênticos que ilustram aspectos variados do ensino em Portugal, alguns com mais de um século:

                             http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2012/06/ensino-primario.html



 O mesmo blogue tem, entre outros assuntos, uma página dedicada à história da Mocidade Portuguesa:     

                  http://restosdecoleccao.blogspot.pt/search/label/Mocidade%20Portuguesa


sábado, 30 de março de 2013

Rota das Nascentes

Sempre com o objectivo de conhecer melhor a nossa região, temos procurado explorar temas que nos conduzam a lugares menos conhecidos do Algarve. O Ano da Cooperação pela Água levou-nos primeiro às Fontes da Benémola e Alte, no extremo oriental do aquífero Querença-Silves e, agora, às nascentes dos limites ocidentais do mesmo, as Fontes de Estômbar.
Trata-se de um parque ambiental, nas margens de um esteiro do rio Arade, perto da confluência com a ribeira de Odelouca, onde brotam as nascentes alimentadas pelo aquífero já referido.
Visando simultaneamente a fruição da paisagem e a  protecção ambiental, a CM de Lagoa procedeu à requalificação do lugar e à recuperação de construções existentes, como o moinho de marés e a casa do moleiro.





Na preparação da visita, contámos com a colaboração do Arq. José Vieira, da CM de Lagoa.
O Eng. Hélder  acolheu o grupo no Centro de Interpretação e guiou a visita ao parque.
























Também nos foi explicado em pormenor o funcionamento do moinho de maré existente no local, que foi totalmente recuperado e está apto a funcionar.




Do programa do passeio fazia parte uma visita à Estação de Tratamento de Água (ETA) de Alcantarilha, para conhecer o processo desde a captação na albufeira até às nossas casas. 
A água tratada nesta estação destina-se ao consumo em vários concelhos, desde Loulé a Lagos e Vila do Bispo, e tem uma capacidade máxima de 259 000 metros cúbicos/dia. 





 
No final da visita, a "prova da água".


O almoço, em Ferragudo, podia ser melhor mas, pelas caras dos comensais, nem se nota muito...



 Do tratamento da água, passámos ao tratamento do vinho, na Quinta dos Vales. 


Mas a chuva trocou-nos as voltas e a visita aos jardins não se pôde realizar; ficam as imagens que alguém recolheu num dia mais risonho, para ficarmos com uma ideia do que poderia ser visto.





Óscar Lopes (1917-2013)



Sendo nós professores, é nosso dever deixar aqui um testemunho de gratidão e de reconhecimento à grande figura da cultura portuguesa, ao cidadão e ao mestre, Óscar Lopes, falecido no passado dia 23.
Todos os que iniciaram estudos literários a partir da segunda metade do séc. XX  habituaram-se desde muito cedo a considerar como uma “bíblia” a História da Literatura Portuguesa, obra fundamental e inovadora, escrita em parceria com António José Saraiva. Mas poucos se aperceberam da enorme estatura intelectual e humana de Óscar Lopes.

Óscar Lopes foi professor de liceu durante trinta anos e, depois de 1974, professor catedrático da Faculdade de Letras do Porto.

Os aspectos  relativos à sua maneira de ser e de estar são descritos por Isabel Pires de Lima, sua amiga e colega de docência na Universidade do Porto, num notável texto cuja extensão não me permite transcrever aqui na íntegra mas de que retirei as passagens que se seguem.

“Óscar Lopes foi um homem bom. Este será o primeiro e porventura maior elogio dos muitos devidos nesta hora ao nosso amigo. E foi ainda um homem humilde como só os homens sábios sabem ser. Humilde no saber, era humilde nas certezas, sempre pronto a rever-se e a ensaiar novas soluções para o mar de interrogações por onde sempre navegava procurando persistentemente respostas, sem que isso implicasse perda de um norte ideológico que toda a vida procurou com persistência, estudo e abertura de espírito.
(...) A curiosidade  intelectual que o caracterizará faz dele, jovem professor de português nos liceus, já com duas licenciaturas feitas, um incansável estudioso da literatura e da língua.
(...) A bondade já aqui evocada de Óscar Lopes, fruto evidentemente da sua elevada dimensão ética, também decorre em grande medida do ensaísmo que sempre praticou em todos os domínios – ensaísmo no seu sentido etimológico de ensaiar, tentar, encontrar soluções e tentar de novo novas hipóteses. A sua bondade manifestava-se neste sentido de abertura, abertura ao conhecimento e ao diálogo com o outro.”

domingo, 24 de março de 2013

50 anos de Beatles


Completaram-se nesta semana 50 anos desde a primeira gravação dos Beatles, em Março de 1963.
Muitas das suas canções iluminaram a nossa juventude, com as suas mensagens simples, que soavam de uma maneira nova. E que tantos sobressaltos causaram naqueles que receavam novas maneiras de estar...
Nesta primavera em que nem o tempo nem a realidade à nossa volta  se mostram muito risonhos, recordemos uma canção “solar”: Here comes de sun.



Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It's all right

Little darling
It's been a long cold lonely winter
Little darling
It feels like years since it's been here
Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It's all right

Little darling
The smiles returning to the faces
Little darling
It seems like years since it's been here
Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It's all right

Sun, sun, sun, here it comes...
(...)

Little darling
I feel that ice is slowly melting
Little darling
It seems like years since it's been clear
Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It's all right
Here comes the sun
Here comes the sun

sexta-feira, 22 de março de 2013

Dia Mundial da Água

Já é conhecida a frase vencedora do concurso internacional para o "slogan" deste Ano da Cooperação pela Água: 

          "Water, water everywhere, only if we share"


                           
E que frases nos deixou a sabedoria popular, traduzida em provérbios relacionados com a água?
Existem largas dezenas de provérbios, sendo uns de leitura mais óbvia, como por exemplo os que se relacionam com os ciclos da natureza e o trabalho agrícola: 
A água, em Abril, carrega o carro e o carril. 
Ou os que contêm conselhos para preservar a saúde:
Agua fervida ampara a vida.
Uns são  mais poéticos, tanto na forma como no conteúdo, como o tão conhecido: 
A água é branda e a pedra é dura; mas, gota a gota, fará fundura.
Outros ainda que, a par de uma mensagem prática, encerram uma crítica, uma reflexão sobre a vida ou sobre a natureza humana. Curiosamente, pertencem a esta categoria inúmeros provérbios que se baseiam na quietude ou no movimento da água: 
A água corredia, não guardes cortesia.
Água corrente não mata gente.
Água que não soa não é boa.
Água detida faz mal à vida.
Não há pior água que a mansa.
Água silenciosa é sempre perigosa. 

Foto e texto: MV
Provérbios retirados do site Citador
              

Água, um tema político

A privatização da água é, como se sabe, um tema actual e muito polémico.
Para marcar o dia, uma colega enviou o seguinte documento:


Privatização da água - Uma operação Secreta
Um vídeo com origem na Alemanha sobre um assunto na ordem do dia, a entrega da água aos interesses privados.
Para ver como se tecem as linhas de força dos negócios na UE.

Legendado em português (clique em CC no canto inferior direito do vídeo para activar as legendas)

http://www.youtube.com/watch?v=I5X9ioO9x9A

quinta-feira, 21 de março de 2013

Rafael Bordalo Pinheiro



Caricaturista, ilustrador, ceramista, editor, decorador e figurinista, considerado o maior artista plástico do século XIX, Raphael Bordallo Pinheiro (na grafia original), nasceu a 21 de março de 1846, em Lisboa, e faleceu a 23 de janeiro de 1905, na mesma cidade.
In Infopédia  



Figura ímpar da cultura portuguesa, popularizou-se sobretudo devido à sua veia humorística, que não poupou as grandes figuras do seu tempo e a cuja génese ele se refere da seguinte maneira: Comecei a sentir um formigueiro nas mãos e vai pus-me a fazer caricaturas, sendo seu propósito estragar o estuque de cada um com protesto do senhorio.


O Zé Povinho, figura satírica simbolizando o povo português, apresenta características diferentes e até opostas, que se evidenciam conforme as situações: tanto pode ser crédulo, ignorante, apático e indiferente aos desmandos dos poderosos, como surgir surpreendentemente lúcido, insolente e revoltado.

sábado, 16 de março de 2013

Convívio de Páscoa

Decorreu ontem, na Casa do Professor, o almoço/convívio de Páscoa.


Uma oportunidade para encontrar amigos, conversar...



E para partilhar talentos .









Ladrões de Bicicletas em Tarde de Cinema


Embora com algum atraso, aqui fica um “post” dedicado ao filme Ladrões de Bicicletas, visionado recentemente na nossa “tarde de cinema”, que foi orientada, como habitualmente, por Margarida Afonso. Para não nos esquecermos da emoção que foi rever esta obra-prima.

Este filme foi realizado por Vittorio de Sica, que também participou no argumento com Cesare Zavattini, em 1948.
Juntamente com Rosselini e Visconti, Vittorio de Sica é um dos representantes mais significativos do Neorrealismo italiano, numa fase que decorreu entre 1945 e 1948.
Este movimento surgiu no final da 2ª Guerra Mundial  como um movimento de resistência, apresentando objectivamente a realidade social como forma de intervenção política. Um intenso conflito no enredo decorre habitualmente da existência de grandes problemas económicos e sociais, sendo essa realidade  apresentada em locais reais e, frequentemente, com pessoas ou actores amadores desconhecidos.
E é isto que se passa precisamente no filme Ladrões de  Bicicletas em que, acompanhando as personagens, vamos percorrendo a Roma dos bairros operários, das igrejas, dos bordéis, das casa de penhores, das salas de videntes, das sociedades recreativas, das organizações operárias, dos interiores sórdidos, dos mercados de rua, da sopa dos pobres, das ruas burguesas e dos restaurantes de classe média. Trata-se de um imenso painel social da cidade, que muito se assemelharia a tantas outras cidades europeias, nesse tempo. Tudo lugares que Zavatini e De Sica visitaram realmente para fazerem pesquisas para este filme.
Uma grande sensibilidade aliada a uma ironia lúcida evidenciam os contrastes de que é tecido o filme, num jogo permanente de oposições: o drama individual de um e a banalidade das conversas que se cruzam ou a frivolidade de um music-hall de bairro; a urgência de uma solução e as propostas da organização operária; a objectividade de uma simples bicicleta aqui e agora e as esperanças de um além promissor ou as profecias de uma vidente; a dura realidade circundante e o “glamour” do cartaz do cinema de Hollywood. Outras diversidades perpassam no filme, como por exemplo as reacções  homem / mulher ou  adulto /criança.
A história acompanha Ricci, o homem que procura desesperadamente a bicicleta que lhe haviam roubado e de que precisa absolutamente para trabalhar. No final, é confrontado pelo dilema: desistir de tudo ou roubar outra bicicleta e sobreviver? A resposta é dolorosa e arrasta consigo a construção de valores, a relação com a família e o julgamento expresso pelo olhar do filho.


Texto: MA e MV

Direitos das Mulheres - Declaração "histórica" da ONU

São pequenos passos - dirão alguns, inconformados com o facto de as mais elementares medidas contra a injustiça e a discriminação ultrapassarem o âmbito das suas vidas.
Pois são - dirão outros, mas é assim que, apesar de tudo, "o mundo pula e avança".


"Estados ocidentais e países muçulmanos ultrapassaram ontem, 15 de março, as suas profundas divergências para aprovar uma declaração da ONU denunciando as violências praticadas contra as mulheres.
Depois de duas semanas de negociações entre os representantes de 193 Estados Membros, o Irão, a Líbia, o Sudão e outros países muçulmanos aceitaram incluir nesta declaração um parágrafo que sublinha que "nenhum costume, tradição ou convicção religiosa" poderia justificar tais violências."
                                                                                                                                                                             Jornal  Le Monde, hoje

domingo, 10 de março de 2013

Lição sobre a água

A Maria enviou há dias a Lição sobre a água, de António Gedeão.
Aqui fica mais este contributo para o Ano Internacional em curso.


                                            Foto: M V


Este líquido é água.

Quando pura

é inodora, insípida e incolor.

Reduzida a vapor,

sob tensão e a alta temperatura,

move os êmbolos das máquinas que, por isso,

se denominam máquinas de vapor.

É um bom dissolvente.

Embora com excepções mas de um modo geral,

dissolve tudo bem, bases e sais.

Congela a zero graus centesimais

e ferve a 100, quando à pressão normal.

Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,

sob um luar gomoso e branco de camélia,

apareceu a boiar o cadáver de Ofélia

com um nenúfar na mão.
                                                                   António Gedeão


                                                                                                              Foto: M V                         

sexta-feira, 8 de março de 2013

quinta-feira, 7 de março de 2013

Rota das Nascentes II - Alte



Depois de Querença - Fonte da Benémola, rumámos a Alte para visitar o lugar das Fontes, a ribeira e a queda do Vigário.
A orientação desta visita esteve a cargo da colega altense Fernanda Paulo, que nos falou da história e das lendas da sua terra, recordando também as suas próprias vivências, naquela que esteve quase a ser classificada como a "aldeia mais portuguesa”, em 1938.
Deixamos aqui um registo muito resumido do que a Fernanda nos contou.
Em primeiro lugar, as lendas ligadas à origem do topónimo Alte: uma delas reporta-se à época da Reconquista, em que João Gomes terá salvo a vida a D. Afonso III e recebido, como recompensa e a seu pedido, a mão de Dona Mor Mendes, além de um vasto senhorio.
A verdade é que foram os descendentes deste cavaleiro que foram construindo casas, cultivando terrenos e desviando águas para esse fim.
Em 1890, Duarte Mello de Ribadeneyra, 18º senhor de Alte, desviou  o curso da ribeira, mandando construir um canal de cantaria, conduzindo a água para uma queda com 24 metros de altura, a queda do Vigário, assim conseguindo irrigar as terras que lhe pertenciam.




A ribeira de Alte que, juntamente com as ribeiras de Querença (ou Algibre) e de Paderne, forma o rio de Quarteira, esteve desde épocas remotas ligada às actividades locais. No início do séc.XX, esta água mantinha nove moinhos em funcionamento, todos na posse do Conde de Alte.

Outra actividade ligada à água da ribeira é a cultura do esparto (e, menos importante, a da palma), que crescia livremente e já era muito utilizada pelos romanos na produção de cordas, alcofas, gorros e calçado usado pelos mineiros na extracção do cobre.




A Fonte Grande está, desde há muito, ligada à celebração do 1º de Maio, costume que se mantém ainda hoje, aí convergindo gente de vários pontos do Algarve para fazer piqueniques, conviver e dançar.
Outro costume de Alte, ligado às celebrações do 1º de Maio: acordar muito cedo com os foguetes e “atacar” o Maio com um copo de aguardente, figos e bolos, previamente colocados à cabeceira para o efeito. Este ritual era cumprido por toda a família, que assim começava um grande dia.

Finalmente, a quadra que situa esta freguesia do concelho de Loulé:

                             Quatro cerros tem Alte
                             Que a cercam em redor
                             Galvana e Francilheira
                             Castelo e Rocha Maior

Recordando Cândido Guerreiro

                     Porque nasci ao pé de quatro montes,
                     Por onde as águas passam a cantar
                     As canções dos moinhos e das pontes,
                     Ensinaram-me as águas a falar.

                     Eu sei a vossa língua, águas das fontes...
                     Podeis falar comigo, águas do mar...
                     E ouço a tarde, os longínquos horizontes
                     chorar uma saudade singular...

                     E porque entendo bem aquelas mágoas,
                     E compreendo os íntimos segredos
                     da voz do mar ou do rochedo mudo.

                    Sinto-me irmão da luz, do ar, das águas,
                    Sinto-me irmão dos íngremes penedos,
                    E sinto que sou Deus, pois Deus é tudo!...

                                 


                Em Alte, junto ao monumento ao poeta Cândido Guerreiro, onde se pode ler o soneto aqui transcrito.

domingo, 3 de março de 2013

Rota das Nascentes - I

No passado dia 23, iniciámos a Rota das Nascentes com um passeio a Querença e Alte, a que se seguirá um outro às Fontes de Estômbar, no dia 26 de março.
De Alte trataremos oportunamente; hoje ficam umas imagens de Querença, um lugar que merece uma visita, tanto ao centro urbano como aos arredores, à Fonte da Benémola, uma zona  natural protegida e de grande interesse ambiental.



                                                 Igreja Matriz de Querença



                        Escola Primária e escultura Homenagem ao professor, de Henrique Silva


Artesanato local





                                Biblioteca Pública e exposição temporária - Matança do porco


                                                            Fonte de Benémola